sexta-feira, 15 de abril de 2011

A estrela da árvore

Num assombro sem igual
“O que fizeram”, pensa ele?
Sobre o sumiço da estrela
Solitária de Natal.

Ela, que originalmente
Diz a lenda, fez-se guia
Pois eu acho que, cadente,
Transformou a noite em dia.

Hoje serve é de adorno
Na árvore artificial
Mesmo assim, por ser estrela
Encanta o guri genial.

Inconformado, brada ele
Onde foi que a esconderam?
Enterraram, deram, venderam?
Ou simplesmente a perderam?

- Calma, filho!
Diz a mãe amada
Pois em questão de meses,
Vais vê-la novamente,
Lá no topo colocada.

Adios, diosa

Uma noite a mais
A dormir sem paz...
Esse vai-e-vem
Pode fazer bem?

Não consigo ver
O que vem a ser
Tal imposição:
Ter que abrir mão
De um ideal
De não ser igual
A quem quer que seja?

Pare, ouça e veja:
Se a esperança
Já não nos alcança,
O que resta agora?
Só deixar que a aurora
Venha lá de fora
E te leve embora.

sábado, 6 de novembro de 2010

Em Terrafirme

Da minha janela, observo a Ilha

Que dorme, na calada da madrugada

Sob o efeito de soníferos prescritos

Pra aplacar a agonia que,

Implacável, paralisa

Os desterrados proscritos

E seus descendentes malditos

terça-feira, 29 de junho de 2010

O Decálogo de Lenin

(Contribuição de Dirso Anderle)

Em 1913, Lênin escreveu o "Decálogo" que apresentava ações táticas para a tomada do Poder.


a) Qualquer semelhança com os dias de hoje, não é mera coincidência

b) Tendo a História se encarregado de pôr fim à questão ideológica, a meditação dos ideais, então preconizada, poderá revelar assombrosas semelhanças nos dias de hoje, senão vejamos:




1.. Corrompa a juventude e dê-lhe liberdade sexual;
2.. Infiltre e depois controle todos os veículos de comunicação de massa;
3.. Divida a população em grupos antagônicos, incitando-os a discussões sobre assuntos sociais;
4.. Destrua a confiança do povo em seus líderes;
5.. Fale sempre sobre Democracia e em Estado de Direito, mas, tão logo haja oportunidade, assuma o Poder sem nenhum escrúpulo;
6.. Colabore para o esbanjamento do dinheiro público; coloque em descrédito a imagem do País, especialmente no exterior e provoque o pânico e o desassossego na população por meio da inflação;
7.. Promova greves, mesmo ilegais, nas indústrias vitais do País;
8.. Promova distúrbios e contribua para que as autoridades constituídas não as coíbam;
9.. Contribua para a derrocada dos valores morais, da honestidade e da crença nas promessas dos governantes. Nossos parlamentares infiltrados nos partidos democráticos devem acusar os não-comunistas, obrigando-os, sem pena de expô-los ao ridículo, a votar somente no que for de interesse da causa socialista;
10.. Procure catalogar todos aqueles que possuam armas de fogo, para que elas sejam confiscadas no momento oportuno, tornando impossível qualquer resistência à causa...

domingo, 20 de junho de 2010

In Memoriam...

Posso parafraseá-lo, Mestre?
Para Cris, sempre.


Espaço Curvo e Finito

Oculta consciência de não ser,
Ou de ser num estar que me transcende,
Numa rede de presenças
E ausências,
Numa fuga para o ponto de partida:
Um perto que é tão longe,
Um longe aqui.

Uma ânsia de estar e de temer
A semente que de ser se surpreende,
As pedras que repetem as cadências
Da onda sempre nova e repetida
Que neste espaço curvo vem de ti.

(Saramago)

sábado, 12 de junho de 2010

Sobre Messi e Cia...

No comprendo essa necessidade da maioria dos brasileiros de torcer contra a Argentina, seja na Copa do Mundo, seja aqui no quintal da América. Quanto a mim, uma vez eliminado o Brasil, sigo torcendo pelos hermanos, nossos vizinhos de território e parceiros numa história de exploração e repressão governamental.

É bonito ver a garra dos argentinos em campo. Têm um brilho no olhar que nossos jogadores não parecem mais ter. Cada gol brasileiro, por sua vez, me passa a impressão de servir apenas como serviço a ser remunerado por uma nota promissória resgatada, no fim do campeonato e, em montante proporcional à classificação, pela Nike, pelo Guaraná Antarctica ou pela Michelin...

sábado, 19 de dezembro de 2009

O Evangelho segundo Dr. Christian - versículo III

JC cruzou olhares com aquele sujeito que parecia lhe pedir alguma coisa. Uma alma aflita e solitária apenas? Ou um aproveitador oportunista? Cedo para concluir. Quem sabe as duas coisas...
No canto da boca, um cigarro de palha torto. "Tem fogo?" - perguntou o homem. JC, evidentemente, não fumava. Havia provado uma espécie de cachimbo formado por tubos flexíveis, contendo uma mistura de vapor e essências uma vez em Belém, na taverna de um árabe. Mas inalar fumaça definitivamente não era sua praia. JC balançou a cabeça em negação, mas sentiu que deveria responder com outra pergunta: "há algo mais que eu possa fazer por você?"
"Bem, me diga o seu nome, senhor".
"Jesus. Mas pode me chamar de JC.
"Muito prazer. Sou Judas. Judas Iscariotes".
"É um prazer, Judas."