É admirável como os alemães da atual geração têm olhado no retrovisor da História, afastando-se em linha reta do ponto deste espaço-tempo em que jaz a fumaça do não-direito. As explosões e corpos carbonizados ficaram terminantemente para trás. O holocausto representa, pois, uma lição definitiva, dura, porém inesquecível.
É estimulante para os que trabalham pelo bem e pela evolução da humanidade ver os alemães (e as lindas alemãs) de hoje, cultos, poliglotas, bem-humorados e talentosos representarem no cinema uma caricatura de seus antepassados cegos de ódio e preconceito, bem como de uma vaidade absurda que não enxergava um palmo diante do nariz ariano, embora pensassem que tudo viam, que tudo podiam.
Refiro-me a dois filmes que vi recentemente e que reputo os melhores do ano. Um, já é lugar-comum dizer, é Bastardos Inglórios, do Tarantino. Filmaço que dá vontade de ver várias vezes, de baixar a eletrizante trilha (não vou ser hipócrita em dizer que encomendei o CD importado, por US$50,00, na Amazon.com).
Aquele Capitain-Fuehrer Hans Landa rouba a cena. O sarcasmo, o deboche, e a imoralidade do vira-casaca de última hora, que queria dinheiro e uma passagem com destino a um paraíso tropical qualquer, com vistas a exilar-se, como retribuição pela omissão em fazer o que, segundo os dogmas da cosmoética, não seria possível: salvar a alma (perdida) do Fuehrer-Mor, Herr Adolf, e de seu braço direito (literalmente) sinalizado com a invariável faixa vermelha, o Kaiser da Propaganda, Goebbels.
Outro filme interessante é "O Falsário", atual detentor do Oscar de melhor estrangeiro, em que um judeu especialista em falsificar dinheiro é poupado da morte em Auschvitz para comandar uma fábrica de produção de libras e dólares tão perfeitos que chegam a merecer, por parte do Tesouro Britânico, certificado de autenticidade.
Desta vez, vêem-se jovens atores alemães interpretando judeus idealistas que deliberadamente atravancam o processo de produção das notas falsas, delonga essa que perdura o suficiente para os aliados cercarem Berlim, causando a debandada do nazistas.
Sim, os alemães, potência do passado e do presente, aprenderam com seus erros.
As potências emergentes (principalmente o BRIC) têm muito que aprender com eles. E evitar a todo custo não cair na mesma tentação devastadora.
O Super-Homem de Nietzsche não foi Hitler. Não foi Stalin. Não foi Bush. Não foram os militares. Não é Chavez. Não é Lula.
Não se encontra no obscurantismo centralizador de poder e riqueza. Mas sim no interior da consciência de cada um.
O Super-Homem de hoje não deve girar o mundo ao contrário. Sua Lois Lane ainda vive.
quinta-feira, 29 de outubro de 2009
quinta-feira, 15 de outubro de 2009
O paradoxal absolutismo da Informação
Hoje em dia não é mais a Santa Inquisição que assusta e intimida. É a Santa Informação.
Como vocês podem ver, o Google AdSense me baniu do seu sistema, excluindo os anúncios do site e alegando que eles estariam acarretando riscos para seus anunciantes.
Assim, sem mais nem menos. Sem dar maiores explicações de que riscos seriam esses.
"Democraticamente", colocaram-se ao dispor caso eu deseje "apelar" da decisão. O problema é que eu não sei qual infração pratiquei com relação aos meus anúncios e aos ganhos que estava auferindo. O problema, é que essa corporação tampouco é o Poder Judiciário Internacional, para admitir "apelações" contra suas próprias arbitrariedades.
Meu prejuízo foi irrisório (apenas US$12,00 até então), mas poderia ser maior, caso a conta estivesse mais polpuda. Porém, o que mais assusta é a manipulação de corporações como o Google, que fazem o que querem com nossas ideias e atitudes online.
Vou ler O Processo de Kafka pra ver se tiro dele alguma explicação e alguma inspiração. Pois por enquanto, com a metamorfose provocada no site, estou me sentindo uma barata esmagada com uma chinelada. E quem me conhece, sabe que eu não tenho sangue desse bicho.
Quem sabe, então, entre com a apelação (!)
À bientôt!
Como vocês podem ver, o Google AdSense me baniu do seu sistema, excluindo os anúncios do site e alegando que eles estariam acarretando riscos para seus anunciantes.
Assim, sem mais nem menos. Sem dar maiores explicações de que riscos seriam esses.
"Democraticamente", colocaram-se ao dispor caso eu deseje "apelar" da decisão. O problema é que eu não sei qual infração pratiquei com relação aos meus anúncios e aos ganhos que estava auferindo. O problema, é que essa corporação tampouco é o Poder Judiciário Internacional, para admitir "apelações" contra suas próprias arbitrariedades.
Meu prejuízo foi irrisório (apenas US$12,00 até então), mas poderia ser maior, caso a conta estivesse mais polpuda. Porém, o que mais assusta é a manipulação de corporações como o Google, que fazem o que querem com nossas ideias e atitudes online.
Vou ler O Processo de Kafka pra ver se tiro dele alguma explicação e alguma inspiração. Pois por enquanto, com a metamorfose provocada no site, estou me sentindo uma barata esmagada com uma chinelada. E quem me conhece, sabe que eu não tenho sangue desse bicho.
Quem sabe, então, entre com a apelação (!)
À bientôt!
sábado, 10 de outubro de 2009
sexta-feira, 9 de outubro de 2009
Hoje é 9/10: o dia do Alê!
quarta-feira, 7 de outubro de 2009
Sabedoria Medieval
Há certas horas, que só queremos a mão no ombro, o abraço apertado ou mesmo o estar ali, quietinho, ao lado...
Sem nada dizer...
Há certas horas, quando sentimos que estamos pra chorar, que desejamos uma presença amiga, a nos ouvir paciente, a brincar com a gente, a nos fazer sorrir...
Alguém que ria de nossas piadas sem graça...
Que ache nossas tristezas as maiores do mundo...
Que nos teça elogios sem fim...
E que apesar de todas essas mentiras úteis, nos seja de uma sinceridade
inquestionável...
Que nos mande calar a boca ou nos evite um gesto impensado...
Alguém que nos possa dizer:
Acho que você está errado, mas estou do seu lado...
Sem nada dizer...
Há certas horas, quando sentimos que estamos pra chorar, que desejamos uma presença amiga, a nos ouvir paciente, a brincar com a gente, a nos fazer sorrir...
Alguém que ria de nossas piadas sem graça...
Que ache nossas tristezas as maiores do mundo...
Que nos teça elogios sem fim...
E que apesar de todas essas mentiras úteis, nos seja de uma sinceridade
inquestionável...
Que nos mande calar a boca ou nos evite um gesto impensado...
Alguém que nos possa dizer:
Acho que você está errado, mas estou do seu lado...
William Shakespeare
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