quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Heil Freedom!

É admirável como os alemães da atual geração têm olhado no retrovisor da História, afastando-se em linha reta do ponto deste espaço-tempo em que jaz a fumaça do não-direito. As explosões e corpos carbonizados ficaram terminantemente para trás. O holocausto representa, pois, uma lição definitiva, dura, porém inesquecível.

É estimulante para os que trabalham pelo bem e pela evolução da humanidade ver os alemães (e as lindas alemãs) de hoje, cultos, poliglotas, bem-humorados e talentosos representarem no cinema uma caricatura de seus antepassados cegos de ódio e preconceito, bem como de uma vaidade absurda que não enxergava um palmo diante do nariz ariano, embora pensassem que tudo viam, que tudo podiam.

Refiro-me a dois filmes que vi recentemente e que reputo os melhores do ano. Um, já é lugar-comum dizer, é Bastardos Inglórios, do Tarantino. Filmaço que dá vontade de ver várias vezes, de baixar a eletrizante trilha (não vou ser hipócrita em dizer que encomendei o CD importado, por US$50,00, na Amazon.com).

Aquele Capitain-Fuehrer Hans Landa rouba a cena. O sarcasmo, o deboche, e a imoralidade do vira-casaca de última hora, que queria dinheiro e uma passagem com destino a um paraíso tropical qualquer, com vistas a exilar-se, como retribuição pela omissão em fazer o que, segundo os dogmas da cosmoética, não seria possível: salvar a alma (perdida) do Fuehrer-Mor, Herr Adolf, e de seu braço direito (literalmente) sinalizado com a invariável faixa vermelha, o Kaiser da Propaganda, Goebbels.

Outro filme interessante é "O Falsário", atual detentor do Oscar de melhor estrangeiro, em que um judeu especialista em falsificar dinheiro é poupado da morte em Auschvitz para comandar uma fábrica de produção de libras e dólares tão perfeitos que chegam a merecer, por parte do Tesouro Britânico, certificado de autenticidade.

Desta vez, vêem-se jovens atores alemães interpretando judeus idealistas que deliberadamente atravancam o processo de produção das notas falsas, delonga essa que perdura o suficiente para os aliados cercarem Berlim, causando a debandada do nazistas.

Sim, os alemães, potência do passado e do presente, aprenderam com seus erros.

As potências emergentes (principalmente o BRIC) têm muito que aprender com eles. E evitar a todo custo não cair na mesma tentação devastadora.

O Super-Homem de Nietzsche não foi Hitler. Não foi Stalin. Não foi Bush. Não foram os militares. Não é Chavez. Não é Lula.

Não se encontra no obscurantismo centralizador de poder e riqueza. Mas sim no interior da consciência de cada um.

O Super-Homem de hoje não deve girar o mundo ao contrário. Sua Lois Lane ainda vive.

Um comentário:

  1. Santa sacanagem Batman!

    Toda vez que esses pseudo-intelectuais fazem alusão a alguém da Liga da Justiça é ao Homem de Ferro!

    Assim, não dá. Assim não pode!

    Robin, o Menino Prodígio

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