*Escrito dentro de um ônibus, em 18/07/09. Técnica: caneta sobre papel 8-)
A Caminho de Campinas/SP. Rumo à conquista de um Brasil melhor. Pelo menos pra mim...
Floripa é bela; sobretudo na superfície. A estrela de meia-idade desponta acima do monte que confina a planície litorânea por onde transcorre a BR 101 das praias de Gov. Celso Ramos. Um amigo meu possuía um terreno ali, em Palmas. Vendeu, antes que eu tivesse oportunidade de conhecê-lo. O mesmo aconteceu com outro lote, que ele comprara em Garuva, praia de Itapoá. No meio do matagal. Absolutamente sem acesso. Comprou às cegas, de um trambiqueiro qualquer, que fora à repartição onde trabalhava, em Blumenau. Eu devia ter uns 16, 17 anos.
Esse episódio não lembra os pseudo-religiosos que se aproveitam dos miseráveis incautos, alienando-lhes escrituras celestiais? Saliento que não estou me referindo, aqui, a exemplares da Bíblia.
É por essas e outras que, às vezes, sinto que quem deveria usar lentes corretivas para miopia não sou eu. É esse meu amigo...
Neste ponto da viagem, surge uma névoa sobre a vegetação que margeia a estrada. O Brasil é rico. Na superfície. Sobre uma ínfima partícula de território, a leste, vê-se o mar, o sol nascente, as montanhas, o campo e a neblina. Portugal, Japão, Suíça e Inglaterra, reunidos nessa amostra de território do nosso país-continente, esse gigante pela própria natureza, que insiste em permanecer deitado eternamente em berço esplêndido.
Não há favelas, poluição, nem criminalidade. Não neste ponto.
A Caminho de Campinas/SP. Rumo à conquista de um Brasil melhor. Pelo menos pra mim...
Floripa é bela; sobretudo na superfície. A estrela de meia-idade desponta acima do monte que confina a planície litorânea por onde transcorre a BR 101 das praias de Gov. Celso Ramos. Um amigo meu possuía um terreno ali, em Palmas. Vendeu, antes que eu tivesse oportunidade de conhecê-lo. O mesmo aconteceu com outro lote, que ele comprara em Garuva, praia de Itapoá. No meio do matagal. Absolutamente sem acesso. Comprou às cegas, de um trambiqueiro qualquer, que fora à repartição onde trabalhava, em Blumenau. Eu devia ter uns 16, 17 anos.
Esse episódio não lembra os pseudo-religiosos que se aproveitam dos miseráveis incautos, alienando-lhes escrituras celestiais? Saliento que não estou me referindo, aqui, a exemplares da Bíblia.
É por essas e outras que, às vezes, sinto que quem deveria usar lentes corretivas para miopia não sou eu. É esse meu amigo...
Neste ponto da viagem, surge uma névoa sobre a vegetação que margeia a estrada. O Brasil é rico. Na superfície. Sobre uma ínfima partícula de território, a leste, vê-se o mar, o sol nascente, as montanhas, o campo e a neblina. Portugal, Japão, Suíça e Inglaterra, reunidos nessa amostra de território do nosso país-continente, esse gigante pela própria natureza, que insiste em permanecer deitado eternamente em berço esplêndido.
Não há favelas, poluição, nem criminalidade. Não neste ponto.
Oi querido. Seu texto me fez lembrar dos pintores de paisagem do século XVIII, com sua descrição meticulosa e sensível. Mas, responda-me uma questão: em sua escrita você contrapõe a visão do paisagista à cegueira daqueles que procuram possuir a paisagem. A seu ver, ao desejo de posse resta sempre a névoa, condenando nossos olhos míopes a eterna cegueira. Muito lindo isso, me fez lembrar do "Ensaio sobre a Cegueira", de Saramago. Como o escritor português, você também acredita numa visão para além do sensível? E se existe, como podemos absorvê-la nesse mundo do espetáculo em que vivemos?
ResponderExcluirbjs
Claro, querida, que acredito. O Universo é muito mais do que o "sensível" (pra usar tuas eruditas palavras). A posse é tão-somente um desejo da alma presa à carne. É natural. Mas a paisagem transcende a pequenez humana e desfila, por bilhões e bilhões de anos-luz, a sua beleza universal.
ResponderExcluirBeijão!