quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

O Evangelho Segundo Dr. Christian - Versículo II

Completou 18 anos e seguiu para Jerusalém, a Big Apple da Palestina.
O frisson da metrópole Lhe inflava as veias.
Chegando lá, matriculou-se na faculdade de Teologia da PUJ (Pontifícia Universidade Judaica). Era o primeiro da classe. Os professores ficavam impressionados com seu talento de pregador. Esboçou, no segundo ano, as primeiras linhas de uma ode que entraria para a História e continuaria sendo entoada dois mil anos depois: o Pai Nosso.

Considerando que o curso era no período noturno, JC, como era chamado pelos mais íntimos, durante o dia fazia bicos de pescador. Mas os cardumes de tainhas e cações naquelas bandas estavam em baixa. Assim, Nosso Senhor recolhia a rede e, mesmo que tivesse capturado apenas duas ou três unidades, craque em Matemática Financeira que era, Ele as multiplicava por dez, obtendo alguns quilos, suficientes para encher duas cestas e vender no mercado local. Seu cliente preferencial era o popular João Batista, Seu primo, dono do Box nº 33, além de capitão e centroavante do Palestina Júniors. Esse procedimento miraculoso garantia a JC o sustento de uma semana.

Certa noite, quando voltava para casa após um extenuante dia de pescaria e estágio no Templo, dobrou a esquina na Rua Monte Sinai e esbarrou num certo Judas Iscariotes...

continua

3 comentários:

  1. brigadu, helô!

    Depois a gente conversa sobre uma eventual publicação!

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  2. Querido Christian,
    Comumente chamamos evangelho um conjunto de doutrinas que devem ser seguidas, e geralmente é assim que tomamos a palavra de um evangelho, dentro de uma cartilha. Neste sentido vale lembrar o aforismo de Nietzsche, em que o homem é uma corda esticada entre o macaco e o super-homem, e quem mantém a rigidez dessa corda? A doutrina que, como uma régua, regula nossos atos para assim atingirmos o reino dos céus. Como macacos que somos, precisamos desse instrumento - a régua da palavra-fé - para quiçá permanecer crentes que a corda esticada até o super-homem nos faz parte dele. Lendo os seus textos sobre o assunto, sinto que a corda esticada segue outra direção que não a do super-homem nietzschiano. Pelo contrário, a imanência animal (simia) lhe parece mais envolvente, já que o Salvador se converte nas suas linhas em exceção de si mesmo, ou seja, tudo, menos salvador. Salvar também denota a idéia de exceção, como dizia Derrida. Assim sendo, seu texto me fez recordar do sentido original da palavra "evangelho", que não é preceito. "Evangélion", do grego, quer dizer boas novas.Por isso, seu texto é bem-vindo.

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