segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Estelionato


“Who knows where the cold wind blows
I ask my friends but nobody knows”
Whitesnake

Quem nunca impingiu muita fé e esperança em algo que aparentemente lhe proporcionaria grande retorno espiritual, emocional ou material (ou as três coisas simultaneamente) que atire a primeira pedra. Pois eu confesso: já vivi e, tenho a consciência, ainda viverei muito essa situação, enquanto minha passagem sobre este plano perdurar.
Vivemos na era da isca metafísica. Somos jumentos que puxam inexoráveis carroças apinhadas de lenha para servir de combustível em proveito de outrem. E queremos apenas alcançar aquela cenoura, aquele pedaço de capim que se nos é suspenso sobre o focinho, mas que nunca alcançaremos.
É o que eu chamo de estelionato contra a alma. Contra a mente. Contra a natureza humana. E geralmente, este delito é praticado em concurso de agentes. O problema é identificar quem é o autor intelectual, já que, quanto aos partícipes, basta olhar-lhes fundo nos olhos.

Boa semana!


2 comentários:

  1. Olá Christian? Por acaso vc é se formou na UFSC em 99? Sou Flávio e creio q conheço vc de alguma cadeira de direito. Pois bem. Vc deve saber q o que vc diz de cenoura metafísica é o que a psicologia chama de desejo. É na verdade uma pergunta cuja resposta não existe. Concordo com vc, o desejo (seja de consumo, poder, etc...) é utilizado pela sociedade (e principalmente por governantes) como isca a pessoas q estejam dispostas a pagar o preço pela satisfação de sua falta de coisa maior. Esperemos q pessoas como nós, cuja única satisfação se encontra na visão de uma sociedade mais justa, possamos mostrar q se cenouras metafísicas estão presentes na atualidade, há algo ainda que apesar de metafísco, nos é tb palpável: a ética.
    abs

    ResponderExcluir
  2. Belas palavras, Flávio. Formei-me tb no século passado (rs), mas em 97.
    Tb concordo em relação ao que afirmas sobre nossos anseios manipulados pelas instituições em geral, sejam públicas ou privadas e no que um amigo meu disse há pouco numa conversa de corredores no trabalho: disse que "as classes dominantes amarraram bem as coisas" para manter o controle sobre a plebe. Em suma, pipocam cenouras metafísicas para onde quer que a gente olhe.

    É isso.

    Abs!

    ResponderExcluir