segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Família, Família

"Família, família
Cachorro, gato, galinha
Família, família
Janta junto todo dia e nunca perde essa mania"

Os versos anacrônicos de Nando Reis soam estranhos nos dias de hoje. Pois eu, saudosista confesso, sinto muita falta, não da janta, mas do almoço de todo dia, com a família unida. E da minha "cachorra", a Mary, uma lhasa apso loirinha e superpeluda. Faleceu de hepatite, devido a um diagnóstico enviesado de uma dublê de veterinária que concluiu padecer o animalzinho de um simples resfriado, ou coisa que o valha.

Nos dias de semana, recordo-me do macarrão com salsichas da minha avó materna, Ivan (A Terrível, rs). Preparava um cozido muito bom também, aprendido em sua infância em São Joaquim, em meio aos índios velhos da serra com quem tinha relações de parentesco. Lembro de dois primos dela que vieram nos visitar na casa da Djalma Moellmann, um deles ostentando um genuíno cocar.

Já do lado da minha vozinha Irene (paterna), que há dois meses completou 87 anos de vida digna e generosa, comia-se diariamente um feijãozinho muito bem temperado com folhas de louro. Eu achava curiosa aquela obsessão deles por feijão e lembro que alguém me disse que, dada a procedência de maior parte desse ramo da família do Rio de Janeiro, a mais brasileira das cidades, não podia faltar à mesa, ora, a mais brasileira das iguarias. Sempre com arroz e farinha, ingredientes do invariável pirão.

Éramos felizes e não sabíamos.

Beijos a todos, Chaplins, Ganzos e Savedras!!
Vocês habitam o que há de mais doce na minha memória...

4 comentários:

  1. Mano, adorei! Eu nao lembro desse indio de colar, mas o macarrao com salsicha.. Esse eu lembro! hahaha E a lingua ensopada? e a salada de marisco? Na casa da Vo Irene tinha sempre um paozinho com Nescau.. delicia!

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  2. Eu, pra variar, não gostava do macarrão com salsicha, nem da língua ensopada, nem da salada de marisco. Do cozido eu só comia o milho. Mas o feijãozinho da vó Irene...hummm! Lendo o texto eu entendi o porquê que lá em casa tem feijão com arroz pro Arthur todo santo dia!

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  3. Primos,

    Eu me lembro de tudo isso, só não do índio. Macarrão com galinha ensopada, também! Coca-cola todo dia, a revista Contigo...
    Tempo bão! Sinto muita saudades de vocês e de tudo isso.

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  4. E do meu sobrinho querido, me lembro bem que quando vim pela primeira vez na casa da vó Ivan, ele me recebeu com gritinhos de alegria. Esta cena ficou gravada na minha mente.
    Cris,você devia navegar pelas letras e quem sabe, no futuro teremos nosso Carlos Drummond ilhéu, beijos carinhosos.
    Tia Marilia ou Maralha(segundo a Ivan)

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