quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Reveses

"Poems, everybody..."
(The Teacher, em The Wall)

Era uma vez um tempo, amigo,
Em que o teu sacrifício
Era sinônimo de júbilo,
De conquista e poder.

Agora, esse estado de coisas
Que às vezes te empolga,
Que às vezes te move,
E te dá o que fazer,

Fica a mercê de atos,
E à deriva de fatos,
Que não têm nada a ver.

E o que era pra ser útil,
Passa a ser maçante;
E o que te daria prazer,
Torna-se, sabes o quê?
Frustrante.


Cara, te levanta de uma vez
Pega tua bengala e chapéu
Já que essa tola intrepidez
Só serve pra te transformar
Em Réu!

Um comentário:

  1. Oi, Amor! Fico feliz em saber que vc está enveredando por este caminho tão encantador que é o traçado pelo poema. Falando em caminho, lendo teu poema lembrei-me do “No meio do Caminho” do Drummond. Neste poema, o poeta de Itabira nos relata que frente ao desejo de seguir em frente, nos deparamos sempre com o eterno retorno da pedra. Ou seja, não há caminho, mas seu eterno adiamento/recomeço inaugurado pela pedra. Entende o que eu digo? A pedra encerra o caminho, mas também o reinaugura após sua passagem. Esse é o eterno estado de coisas ao qual vc se refere, não achas? Estaremos sempre no meio do caminho. Ou vc pára diante da pedra, ou segue em frente, arrastando-a consigo como o faz Sísifo. Impossível descartá-la? Eis a questão.

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